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Como se reinventar em tempos de crise – Lucas Mota, Sócio-Diretor da ADCOS

A crise gerada pela chegada do Covid-19 nos trouxe inúmeros desafios, mas também importantes aprendizados.

Confira a entrevista realizada com Lucas Mota, Sócio-Diretor da ADCOS, sobre os impactos e medidas tomadas para a empresa se manter ativa no mercado, mesmo em tempos de tantas mudanças.

Qual é a sua visão pessoal sobre o momento atual no país e no mundo?

O mundo vive uma de suas maiores crises da história. De acordo com a OMS, até hoje, foram contabilizadas mais de 6 milhões de pessoas infectadas e mais de 370 mil mortes pelo Covid-19 em todo o mundo. Além disso, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho, o lockdown parcial ou total já afeta quase 2,7 bilhões de trabalhadores, o que representa 80% da força de trabalho no mundo inteiro. Recentemente, o FMI ajustou sua expectativa para o PIB global para um decréscimo de 3% em 2020 e relatou que o PIB per capita deve encolher em mais de 170 países por causa da pandemia do coronavírus.

Quando analisamos os dados do Brasil, o cenário também é muito preocupante: já são mais de 500 mil casos confirmados e mais de 29 mil mortes pelo covid-19, de acordo com informações recentes do Ministério da Saúde. De acordo com o relatório Focus divulgado recentemente pelo Banco Central, a expectativa para o PIB de 2020 é de decréscimo de 6,25%.

Com isso, minha visão pessoal sobre o momento atual do mundo e do país é de grande preocupação. Estamos vivendo uma crise de saúde e econômica gravíssimas, que afeta negativamente a vida de grande parte da população. O Brasil teve uma “vantagem inicial” de ter sido atingido pelo vírus após países da Ásia, Europa e América do Norte, o que nos daria condições de aprendermos com a experiência de outros. No entanto, não vejo um plano bem elaborado como os que foram adotados em alguns países que estão sendo bem sucedidos no combate ao vírus, como a Coréia do Sul, sendo implementado aqui. Acho que deve haver muito diálogo e foco entre os governos federal, estadual e municipal para a formulação de um plano consistente para enfrentar a crise.

Levando para um contexto empresarial e econômico, como você enxerga os impactos da crise gerada pela chegada do Covid-19?

Os impactos dessa crise para a economia de uma forma geral, tirando alguns poucos setores que têm se beneficiado, é muito negativo e isso está sendo refletido na expectativa de crescimento do PIB para esse ano. Por mais que haja injeção de dinheiro na economia por parte do governo, a crise será fortemente sentida por todos. A demanda das empresas caiu drasticamente e, por consequência, os planos de investimento e despesas precisaram ser revisados.

Pensando como gestor, quais foram suas primeiras preocupações com a empresa e seus colaboradores?

No início da crise, nós criamos um comitê composto pelas lideranças da empresa e, dentro desse comitê, tomamos decisões importantes em 3 diferentes dimensões: (i) segurança dos colaboradores, (ii) continuidade do negócio e (iii) atividades sociais.

Quais foram os principais impactos e desafios que as mudanças trouxeram com a chegada da crise?

O primeiro desafio, relacionado a segurança dos nossos colaboradores, foi o de colocar praticamente toda a empresa trabalhando de casa em poucos dias após a tomada da decisão. Adicionalmente, reativamos nossa fábrica durante um período, seguindo todas as medidas de segurança, para produzir álcool em gel e dar de presente para cada um dos nossos colaboradores.

Tivemos também desafios relacionado à continuidade do negócio, em que trabalhamos em algumas frentes importantes: fizemos ajustes no nosso planejamento estratégico e planejamento orçamentário do ano; estendemos prazo de pagamento dos nossos principais parceiros, que são os nossos franqueados; renegociamos contratos com fornecedores e, aqui, nosso bom relacionamento com eles pesou favoravelmente; criamos uma nova modalidade de venda das lojas e showrooms através do whatsapp com delivery; intensificamos nossa presença no e-commerce; fizemos acordo com sindicatos para reduzir jornadas de trabalho e suspender temporariamente atividades de colaboradores; aumentamos nossa alavancagem financeira.

Em relação às atividades sociais, nós nos sentimos na responsabilidade de ajudar o país no combate à crise e, por isso, reativamos nossa fábrica durante 48 horas para produzir milhares de cremes regeneradores, que doamos para 90 hospitais diferentes em todo o país para serem utilizados pelos profissionais de saúde, que têm a pele lesada com o uso intensivo de álcool em gel e equipamentos de proteção individual.

Todas essas mudanças trouxeram algum aprendizado para a equipe e empresa?

Como disse Winston Churchill: “Nunca desperdice uma crise.” A crise nos trouxe inúmeros desafios, mas também importantes aprendizados, dentre os quais eu destaco dois:

– Aprendemos a planejar, executar e testar iniciativas com uma velocidade impressionante. Como exemplos, em poucos dias, criamos um sistema para integrar nosso e-commerce com os whatsapps das lojas e passamos a visitar nossos principais médicos dermatologistas digitalmente.

– Também ficou claro para nós que a digitalização da sociedade como um todo foi adiantada em alguns anos por conta da crise. Por isso, mantivemos todos os nossos investimentos do ano em iniciativas importantes voltadas para a transformação digital do nosso negócio.

Qual seria a sua mensagem pensando no futuro pós Covid-19?

Toda a crise tem início, meio e fim, portanto, vamos nos manter firmes porque essa crise vai passar. E acho que para aliviar as consequências, cada um deve fazer sua parte, seja você, governo, empresa ou pessoa física.

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